O Colecionador de Lágrimas (Holocausto Nunca Mais, Vol 01) Augusto Cury


Entre pertencer e frequentar há uma diferença gritante, caso contrário, produziremos o fundamentalismo religioso e o radicalismo ideológico (incrível)

Adolf Hitler queria inscrever seu nome no concerto das nações e gravar com chamas seu nome na história. O homem que teve a ambição de Alexandre, o Grande, a habilidade de discursar de Júlio Cesar e a sede de poder de Napoleão Bonaparte desconhecia que a vida humana, por mais longa que seja, é como a brisa que sorrateiramente aparece e logo se dissipa aos primeiros raios solares do tempo."

A primeira coisa que me chamou a atenção no livro, foi à dedicatória que Augusto Cury fez, e a segundo, o subtítulo do livro, que é sobre um tema que sempre despertou meu interesse.

Acho que escrever um livro como esse, requer um grande domínio sobre o assunto, e Augusto Cury não deixa a desejar ao desenvolver esse romance histórico-psiquiátrico, sendo fiel realmente ao que acontece durante a Alemanha Nazista e abordando também um lado sensível sobre o ocorrido, ao contrario de qualquer livros ou artigo que ao relatar a historia, o fez de uma forma mais didática.

O livro se passa durante a atualidade, e por mais que Hitler não se faça presente, ele é o personagem principal, e os demais são apenas peças que compõem o livro, e temos também, um segundo personagem que a chave principal do livro, Júlio Verne, um professor, que começa a ter terrores noturnos durante a qual se faz presente durante o Holocausto, em que começa a se ver neles, como um dos carrascos.

Se sentido incomodado Júlio Verne começa a trazer tais assuntos para a sala, como forma de aliviar a mente, e a necessidade de expor todo o ocorrido, almejando no final das contas, despertar a sensibilidade dos seus alunos. Isso começa a tumultuar a ordem da universidade, quando o professor ganha mais notoriedade, ganhando fiéis seguidores, e inimigos que pensou já terem sido instintos há anos, e que parecem ter vindo de um túnel do tempo. 

O livro contem cartas escritas pelo próprio Adolfo Hitler, e através das aulas de Júlio Verne, Augusto faz uma analise sobre este Austríaco que abordou técnicas sofisticadíssimas, para se agigantar no inconsciente da sociedade Alemã, e como antes de devorar os judeus, eslavos, marxistas, e homossexuais, Hitler primeiro devorou a alma dos Alemães, ao se declarar filho desta pátria durante uma época a qual estava fragilizada pela guerra e se sentido humilhada com o Tratado de Versalhes, e o patriotismo era tudo. Justamente com seu magnetismo social e seus aliados, Hitler conseguiu a hegemonia do poder, e se tornou o grande Führer de uma sociedade a qual não pertencia em especial com a ajuda do seu ministro de Propaganda, Goebbels, criando até em massa uma Juventude Hitlerista que foi uma das questões abordadas mais surpreendente e triste da história. Foi como viajar no tempo e entender a mente desse povo, e como elas se submeteram a este homem. 

O livro em si é ótimo, só fiquei um pouco decepcionada com o vício de linguagem fastidiosa do Autor, que sempre ocorre em qualquer livro escrito, e a parte ficcional do livro, mas o importante é a mensagem que ele deixa no final, e isso é o que mais deve ser relevado.

‘’- Em minha humilde opinião, deveríamos frequentar grupos, mas não pertencer a nenhum deles. Entre pertencer e frequentar há uma diferença gritante. Judeus, islâmico, cristãos, budistas, hinduístas, inclusive membros de partidos políticos, deveriam pertencer em primeiro lugar a humanidade, depois ao seu grupo, caso contrário, produziremos o fundamentalismo religioso e o radicalismo ideológico, e, consequentemente, nunca beberemos o cálice da tolerância nem sentiremos o paladar da solidariedade. ’’

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